Words: Maria Martinho
Illustration: Carolina Carvalho
Porto has, for several decades, served as the theme and inspiration for song lyrics that have remained eternal in our memory. From the revelry on a St. John’s night to the pronunciation of North Portugal, from the Circunvalação ring road to the wine of the same name, the city is rich in details that resonate with charisma and personality.
Here’s a selection of ten songs that have Porto at their heart:
1987, Miguel Araújo (2017)
“Brasília, Bazar Paris
Parque Itália, salão londres
E Dallas logo ali
O mundo é por aqui, eu vi
É passe do Juary
Quase que podia jurar
Que foi golo de calcanhar
O mundo é por aqui.”
[Brasilia, Paris Bazaar; Parque Italia, Londres lounge; And Dallas just over there; The world is this way, I saw it; That pass by Juary; I could almost swear; That it was a goal by backheel; The world’s this way.]
Porto Sentido, Rui Veloso (1987)
“Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
Vê um velho casario
Que se estende ate ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
Dirigida sobre um monte
No meio da neblina.
Por ruelas e calçadas
Da Ribeira até à Foz
Por pedras sujas e gastas
E lampiões tristes e sós.”
[Who comes and crosses the river; Next to the Serra do Pilar hills; Sees old houses; That stretch to the sea; Who sees you coming off the bridge; You’re a waterfall, St. John’s; Directed up over a hill; In the midst of the mist. Through alleys and cobbled streets; From Ribeira to the Foz; Over dirty and worn stones; And sad and lonely SL Benfica supporters.]
Circunvalação, Capicua (2020)
“Um rissol da império, mais um impropério
O povo é rabujento até ao cemitério
Molete e galão, martelo e balão
Cidade matriarca, mulher do Bolhão
Há gunas e cotas, há muitas gaivotas
Empresta-me um eurito p’ra ir comer uma sopa
Salsichinha fast-food na cidade gourmet
Onde a gera é bad mood e troca o V pelo B
Não me empurrem que o meu coração
Está entre o Douro e a Circunvalação
Sei que é uma selva a cidade e vou na onda
A minha cena é Vandoma
Sei que é uma selva a cidade e vou na onda
A minha cena é Vandoma.”
[A meat patty from império, one more insult The people are grumpy up to the cemetery Molete and milky coffee, hammer and balloon Matriarch city, woman of Bolhão; There are yobs and old folk, there are many seagulls; Lend me a euro to go and have some soup Salsichinha fast-food in the gourmet city Where the mother’s womb is a bad mood and they swap the V for a B; Don’t push me, for my heart; Is between the Douro and the Circunvalação ring road; I know that the city is a jungle and I’m going with the flow My thing is Vandoma I know that the city is a jungle and I’m going with the flow My thing is Vandoma”.]
O Porto Aqui Tão Perto, Sérgio Godinho (1980)
“Olá cidade do Porto
A lágrima ao canto do olho
Estava fechada há que tempos
Com um ferrolho
Custou tanto cá chegar
Mil e uma peripécias
Quando menos se espera
O diabo tece-as
Ai, eu estive quase morto
No deserto
E o Porto
Aqui tão perto.”
[“Hello city of Porto; The tear in the corner of my eye; Had been closed for ages; With a bolt; It took so long to get here; A thousand and one adventures; When you least expect it; The devil weaves them; Oh, I was almost dead; In the desert; And Porto; Here so close”.]
Pronúncia do Norte, GNR and Isabel Silvestre (1992)
“E as teias que vibram nas janelas
Esperam um barco parecido com elas
Não tenho barqueiro nem hei de remar
Procuro caminhos novos para andar
É a pronúncia do norte
Corre um rio para o mar.”
[“And the webs that flutter in the windows; Wait for a boat that looks like them; I have no boatman, nor shall I row; I’m looking for new ways to go; It’s the pronunciation of the north; Runs a river to the sea”.]
Vinho do Porto, Carlos Paião (1983)
“E pelo rio vai dourado o nosso brio
Nos rabelos duma vida
Nos rabelos duma vida
E para o mundo vão garrafas cá do fundo
De uma gente envaidecida
De uma gente envaidecida
Vinho do Porto
Vinho de Portugal
E vai à nossa
À nossa beira mar
À beira Porto
À vinho Porto mar
Há-de haver Porto
Para o nosso mar.”
[“And down the river our pride goes golden; In the rabelo boat of a life; In the rabelo boat of a life; And to the world go bottles from deep within; Of a proud people; Of a proud people; Port wine; Wine of Portugal; And it goes to our; To our seaside; To the Porto shore; To port by the sea; There’ll be Porto; For our sea”.]
Invicta, Mind The Gap (2002)
“Sempre presente, memo’ quando ‘tou ausente
Desaguo na tua foz, física e mentalmente
Tenho a tua imagem, teu postal na alma
Tua foto pasma, sensações no meu karma
Invicta, teu sabor, teu cheiro, a tua cor e eu sei
Que vives dentro de mim, sabes que eu vivo para ti
Invicta, teu sabor, teu cheiro, a tua cor e eu sei
Que vives dentro de mim, sabes que eu vivo para ti.”
[“Always present, even when I’m absent I pour into your mouth, physically and mentally I have your image, your postcard in my soul Your photo transfixed, sensations in my karma Invicta, your taste, your smell, your colour and I know That you live inside me, you know I live for you Invicta, your taste, your smell, your colour and I know That you live inside me, you know I live for you.”]
Vem Ter Comigo aos Aliados, Pedro Abrunhosa (2018)
“Este é o Porto de todos os barcos
Chegam os loucos voltam encantados
E é por ti que o Douro canta fados
Vem ter comigo aos Aliados.”
[“This is the Porto of all boats; The madmen arrive they return enchanted; And it’s for you that the Douro sings fados; Come meet me at Aliados (avenue).”]
Ribeira, Jafumega (1981)
“A ponte é uma passagem
p´rá outra margem
A ponte é uma passagem
p´rá outra margem
Desafio pairando sobre o rio
a ponte é uma miragem…”
[“The bridge is a passageway; to the other bank; The bridge is a passageway; to the other bank; Hovering over the river; the bridge is a mirage…”]
Noite de São João, Gisela João (2018)
“Desci até à ribeira
Com a ponte mesmo à beira
Que é de onde se vê o fogo
E ao chegar a Miragaia
Onde fui rodar a saia
Senti calor no decote.”
[“I went down to Ribeira; With the bridge right at the edge; Which is from where you can see the fire; And when I reached Miragaia; Where I went to twirl my skirt; I felt heat in my cleavage”.]